Você é o tipo inquieto e que está sempre atento às tendências das novas competências profissionais? Se sim, no início do ano deve sempre elaborar seu planejamento considerando o Treinamento e Desenvolvimento, com o intuito de buscar novos conhecimentos ou habilidades.
Precisamos tomar cuidado para não ficarmos presos ao famoso PDI, pois ele está bem direcionado às necessidades das metas para o ano. Sendo assim, pode ficar limitado a um olhar somente de curto prazo ou de algum novo projeto. Cuide também de seu PDC (Plano de Desenvolvimento de Carreira), pois ele vai muito além de sua posição atual.
É claro que quando se fala em atualização, estamos mencionando a busca de se atualizar para permanecer no mercado e conseguir vantagens perante os concorrentes.
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O que mudou no contexto profissional?
Estamos passando por um tsunami de mudanças tecnológicas. Certamente as transformações aceleradas tiveram a grande contribuição da COVID-19, virando nossas vidas de cabeça para baixo. Muitas coisas mudaram, como o modelo de trabalho: híbrido, 100% remoto ou presencial.
Mudanças tecnológicas já vinham ocorrendo. Exemplos disso são o Uber, Airbnb, Nubank e iFood, mudando os modelos de negócio, forma de compras e até relacionamentos.
Como estamos vivendo uma fase de intensas transformações, sejam econômicas, sociais ou políticas, temos sempre a presença da revolução tecnológica. Ao compararmos as competências apresentadas no Fórum Econômico Mundial, percebemos de um ano para o outro que as mudanças no direcionamento não são poucas. Tanto a entrada de novas competências quanto o declínio de outras.
Portanto, fique atento para não perder o “timing” para o desenvolvimento e prontidão das novas competências profissionais. Conheça quais são em seguida:
Principais competências profissionais
Antes da lista, preciso só reforçar que carreira não é cargo. Num passado não tão distante assim, os profissionais passavam a vida toda numa função. Hoje, observamos que as empresas estão tornando o RH cada vez mais estratégico e desenvolvendo uma trilha de carreira. Assim, dão visibilidade aos colaboradores de como podem crescer e contribuir, dando clareza do papel das pessoas no desenvolvimento. A contrapartida da empresa é reter seus talentos e fortalecer uma cultura de alta performance.
As empresas dão autonomia aos profissionais para trilharem suas próprias carreiras e seu desenvolvimento. É importante que o colaborador não espere a empresa ter iniciativa sozinha em seu desenvolvimento. O autodesenvolvimento deve ser, como o próprio nome diz, de responsabilidade do profissional.
Você que está no mercado ou está iniciando sua carreira já parou para entender como seu perfil se conecta com as 10 competências profissionais de acordo com o Fórum Econômico Mundial? Seguem elas abaixo:
1 – Pensamento analítico e inovação;
2 – Aprendizagem ativa e estratégia de aprendizagem;
3 – Criatividade, originalidade e Iniciativas;
4 – Design e programação de tecnologia;
5 – Pensamento crítico e análise;
6 – Solução de problemas complexos;
7 – Liderança e influência social;
8 – Inteligência emocional;
9 – Raciocínio, resolução de problemas e ideação;
10 – Análise e avaliação de sistemas.
Para concluir, vou deixar uma pulguinha atrás da orelha. Em uma live do renomado consultor César Souza, exatamente sobre as competências, ele trouxe uma questão muito importante para pensar. As competências do momento não estão ligadas às “hard skills” e sim às “soft skills”. Neste momento de tantas mudanças precisamos trabalhar nosso comportamento, seja de resiliência, negociação, gestão de conflito ou saúde emocional. Enfim, vai se dar bem quem melhor souber lidar com suas emoções em meio a tantas incertezas.
5 disciplinas para inovação nas empresas
Para aplicar as competências pensando em inovação, vale fazer uma reflexão a partir do livro “A Quinta Disciplina”, de Peter Senge. Ele discorre exatamente sobre o aprendizado. Inicia falando que a inovação acontece no campo do comportamento humano e que seus componentes devem ser vistos como disciplinas: um conjunto de técnicas que devem ser estudadas e colocadas em prática. Também aponta que você só se torna competente por meio da prática.
As disciplinas são 5, que se convergem para facilitar a inovação nas organizações que aprendem.
São desenvolvidas separadamente, porém cada uma é crucial para o sucesso:
1) Domínio pessoal
Busca o alto grau de proficiência para o alcance dos resultados esperados, aprofundando continuamente as metas pessoais. Costumo dizer que é necessário entrar no hiperfoco, ofertar energia, muita leveza, paciência, levar a vida como uma arte e trabalhar as reações positivas. Por isso, não podemos perder de vista o que é importante para nós. Nem o caminho que escolhemos percorrer e “pôr luz” no momento em que estamos vivendo.
2) Modelos mentais
São ideias profundamente arraigadas e que divergem do ponto de vista individual. Por exemplo: duas pessoas com diferentes modelos mentais podem observar o mesmo acontecimento e descrevê-lo de maneira diferente. Por isso é comum julgarmos pessoas e situações à luz de nossos preconceitos.
3) Objetivo comum
As organizações se tornam grandes por terem claro: Objetivos, Valores e Missão, compartilhados com toda a empresa.
Assim se estimula de forma genuína o aprendizado em torno das metas. Olha que interessante observar que as empresas que aprendem mudam a relação com os colaboradores (não é mais a “empresa deles”, mas “a nossa empresa”.
4) Aprendizagem em grupo
Consiste em aprendizado em grupo para criar os resultados que as equipes realmente desejam. Desenvolve inteligências e capacidades maiores do que a soma individual. Um bom exemplo é o trabalho em projetos, nas “squads”, usando as metodologias ágeis para a solução dos problemas em conjunto.
5) Raciocínio sistêmico
A essência do Raciocínio Sistêmico está na mudança. E nesse processo há a interrelação entre as 4 disciplinas, fundindo-as num conjunto coerente entre teoria e prática. O objetivo é conseguir: um engajamento a longo prazo, modelos mentais, aprendizado em grupo e domínio pessoal. Esse raciocínio motiva a pesquisar continuamente como as ações afetam o mundo em que vivemos. Exemplo disso: não ver um problema como apenas algo isolado. Procurar sempre olhar para a questão na totalidade, além de analisar quais outros casos estão relacionados; desenvolver e avaliar as ações do empreendimento, sempre estudando a causa e o efeito.
Conclusão
Segundo Senge: “As organizações que aprendem são aquelas nas quais as pessoas aprimoram continuamente suas capacidades para criar o futuro que realmente gostariam de ver surgir”. E, mais que valorizar somente o treinamento, aprenda no dia a dia, ao longo do tempo.
Acompanhei muitas transformações organizacionais, pensando que a cultura das empresas são vivas e se transformam à medida que surgem novas demandas. Muitas competências profissionais se tornaram obsoletas. Exemplo disso é o comando e controle. Empresas que valorizavam o estilo de líder controlador e centralizador não sobrevivem mais ou estão fadadas ao fracasso. Os profissionais em processos seletivos querem entender como se constroem soluções nas empresas, pois buscam trabalhos onde se valorizam os modelos colaborativos.