O Flash, o rei da internet dos anos 2000, está em rápido declínio, e as evidências são bastante claras:
- Abril de 2010 – A Apple de Steve Jobs optou por não tornar Iphones e Ipads compatíveis com Flash, e emite carta aberta com as razões.
- 27 de Janeiro de 2015 – Youtube, da Google, passa usar HTML5 em vez de Flash como tecnologia padrão para reprodução de seus vídeos.
- 4 de Junho de 2015 – Anunciado que o navegador Chrome, também da Google, passará a não rodar algumas mídias Flash automaticamente, a partir de setembro.
- 12 de Julho de 2015 – O chefe de segurança do Facebook pediu à Adobe para que marque uma data em que o Flash será descontinuado.
- 13 de Julho de 2015 – O Mozilla Firefox bloqueou por padrão o Flash a partir da versão 39, e agora Mozilla e Adobe negociam uma solução.
- 30 de Novembro de 2015 – O editor Adobe Flash Professional muda de nome, para se reposicionar como ferramenta HTML. Agora a ferramenta se chama Adobe Animate, para fugir ao estigma do Flash.
Apenas com esses recortes pode-se notar que as principais empresas de internet estão abandonando a tecnologia Flash há meia década. E 2015 concentrou vários desses eventos, tornando claro que o Flash deixará de ser uma opção muito em breve.
Mas qual é o problema do Flash?
Não atende boa parte dos dispositivos móveis
Isso começou na Apple, com seus Iphones, Ipods e Ipads incompatíveis ao Flash. A partir daí quem desenvolve qualquer coisa pensando em mobilidade não pôde sequer cogitar o uso de Flash. Além disso, mesmo em dispositivos que rodem esse aplicativo, seu alto consumo de bateria e funcionalidade touch são sofríveis.
“O aplicativo Adobe Flash quebrou.”
Você deve conhecer a imagem de erro acima. O Flash player é repetidamente responsável por travamentos em navegadores de internet, interação e funcionamento inconsistente. O Flash é instável.
É inseguro
Permite brechas de segurança que entre outras coisas comprometem a segurança da informação. É por isso que Alex Stamos, chefe de segurança do Facebook, pede que Adobe marque uma data para morte do Flash, e é o motivo para que o Mozilla Firefox, segundo navegador mais comum no Brasil, também bloqueie o aplicativo a partir da versão 39.
O Flash tem dono
A Adobe hoje é dona da tecnologia Flash, e isso faz com que sua evolução seja lenta e controlada por interesses comerciais unilaterais. Isso não é aceito pela comunidade da internet, fazendo com que exista um movimento chamado Ocuppy Flash, que basicamente busca a extinção desse aplicativo devido a sua inconsistência, incompatibilidades, má performance, e afins, assinado entre outros pelo CEO da Mozilla Firefox.
E agora?
Se você não ouviu falar em HTML5 e seu amigo CSS3, eles são a alternativa que a comunidade da internet, e os gigantes Apple, Google, e seu Youtube, entre muitos outros, escolheram para continuar utilizando animações, áudios, vídeos, interatividade na internet, e principalmente, atenderem tablets e celulares.
Em termos simples HTML5 fornece a estrutura, e o CSS3 é o decorador, tornando sites e outras mídias robustas e esteticamente interessantes. É basicamente uma tecnologia que tem boa parte dos potenciais do Flash, só não tendo alcançado o mesmo nível de complexidade de animações, sem os vários problemas e limitações aqui citados.
Os reflexos
Por serem o HTML5 e o CSS3 tecnologias relativamente novas, exigem o uso de navegadores atualizados. Veja abaixo as versões mínimas de navegadores que suportam as principais funcionalidades desses padrões (que ainda estão evoluindo):
- Chrome: Se autoatualiza, então hoje está na versão 44, mas já suporta as principais funcionalidades há várias versões. É o navegador mais popular no mundo, e ainda mais no Brasil.
- Mozilla Firefox: Está na versão 39, mas desde a versão 30 tem potencial de rodar boa parte das funcionalidades dessa tecnologia.
- Internet Explorer (IE): Houve um grande avanço desde a versão 9, sendo que versões anteriores são completamente incompatíveis. Hoje está na versão 11, mas será descontinuado, sendo substituído no lançamento do Windows 10 por um novo navegador da Microsoft, que por hora se chama Sparta. Falando em mortos, o IE já está com velório marcado.
Portanto, usuários de navegadores ultrapassados, de meia década ou mais, não podem aproveitar os potenciais desta nova tecnologia. E pior, empresas que mantêm infraestruturas antiquadas nesse quesito se obrigam a desenvolver mídias em Flash, que já não são compatíveis com o novo cenário tecnológico, e as condenam à uma rápida obsolecência.
“desenvolver mídias em Flash, que já não são compatíveis com o novo cenário tecnológico, e as condenam à uma rápida obsolecência.”
Mais do que isso, há diversos materiais já desenvolvidos em Flash que muito em breve estarão tecnicamente obsoletos, mas conceitualmente relevantes e necessários. É preciso planejar e iniciar a transição dessas mídias.
Nossa posição
A Mobiliza há mais de três anos incentiva nossos clientes a produzirem seus cursos online em HTML5, e com isso temos desenvolvido prioritariamente cursos nesta tecnologia.
A partir deste ano, com a clara rejeição ao Flash no cenário tecnológico mundial, passamos a ir além, e a resgatar os antigos cursos em Flash para transpô-los para HTML5, adiantando a essa virada tecnológica e ao fim do suporte ao Flash na internet.
“resgatar os antigos cursos em Flash para transpô-los para HTML5, se adiantando a essa virada tecnológica e ao fim do suporte ao Flash na internet.”
Para demandas padrões, utilizamos o Applique, ferramenta de autoria que nasceu no berço tecnológico da Mobiliza e que possibilita para técnicos e não técnicos a produção de cursos com recursos interativos e mecanismos de rastreamento e relatórios. Quando a demanda é mais específica trabalhamos em uma mescla do curso estruturado no Applique e incluímos mídias mais ricas como animações sob medida e demonstrações de sistema.
Fontes:
Apple – Steve Jobs – Thoughts on Flash
G1 – Steve Jobs explica razões para não usar Flash em iPhone e iPad
Info Abril – YouTube deixa o Flash e adota HTML5 como padrão na reprodução de vídeos
Info Abril – Chefe de segurança do Facebook pede que Adobe marque uma data para morte do Flash
Ocupy Flash
https://pt-br.occupyflash.org/
Techtudo – Firefox passa a bloquear o Flash Player; Facebook reclama do plugin
Update or die – O FLASH MORREU, SUPERE.
https://www.updateordie.com/2015/08/05/o-flash-morreu-supere/
Sofist – Migração de banners do Flash para o HTML5 – 6 Perguntas críticas respondidas
Adobe – Flash Professional is becoming Adobe Animate CC