A base da área de Gestão de Pessoas em específico do setor de Treinamento e Desenvolvimento é aprimorar as competências dos colaboradores, resultando numa aprendizagem organizacional, para responder aos desafios que o mercado apresenta.
As competências já são mapeadas no processo seletivo, e sua avaliação e capacitação são constantes.
O que sabemos é que as competências podem ser desenvolvidas, criando diferenciais competitivos e o desenvolvimento da sociedade. Claro que requer tempo e dedicação e por vezes dinheiro, assim como para as organizações que precisam investir em seus colaboradores e parceiros com tempo, recursos, metodologias e projetos educacionais assertivos e duradouros.
As expressões soft skills e hard skills têm ganhado força para identificar as aptidões de um profissional a uma vaga.
Dizemos que uma pessoa tem o “expertise”, ou seja, tem experiência, especialidade, competência ou quando ela apresenta um conjunto de habilidades em uma determinada área.
Acompanhe nosso guia sobre as Soft Skills e Hard Skills e saiba como o profissional de T&D pode identificar as habilidades dos colaboradores e auxiliar no seu desenvolvimento.
Conteúdo
O que são as Soft Skills e Hard Skills?
A palavra skill é um termo em inglês que significa habilidade, capacidade.
De acordo com o dicionário, habilidade é o mesmo que aptidões, capacidades, inclinações, jeitos, orientações, predisposições, propensões, qualidades e tendências.
Significa saber colocar em prática o conhecimento adquirido ou saber fazer com maestria.
Nossa, que profundo, não é verdade?!
Mas, você sabe o que significa Hard Skill e Soft Skill?
Soft Skill são habilidades, atitudes comportamentais ou ainda sociocomportamentais. Está ligada diretamente às emoções, aptidões mentais e atrelado à personalidade e às experiências da pessoa. Ela consegue medir o desempenho das tarefas que o colaborador se propõe a executar, mas são mais difíceis de mensurar e reconhecer no primeiro contato. Assim, geralmente, é utilizada uma avaliação como uma dinâmica de grupo por parte do RH para se ter mais precisão no fechamento da vaga.
Temos como exemplos de soft skills: a comunicação eficaz, empatia, colaboração, organização/planejamento, flexibilidade, resiliência, trabalhar sob pressão, capacidade de resolver problemas, inteligência emocional, pensamento criativo, negociação, ética, relacionamento interpessoal e liderança.
Hard Skills são competências técnicas. Podem ser facilmente mensuradas e identificadas através de um diploma ou certificado mencionado no currículo do candidato a uma vaga. São adquiridas por cursos e treinamentos. Tem um peso considerável a depender das necessidades e objetivos da empresa, além do tipo de cargo disputado.
Temos como exemplos de hard skills: idiomas, curso de extensão, graduação, pós graduação, mestrado, doutorado, curso técnico e habilidades em novas tecnologias.
Qual a importância da Soft skills e Hard skills para a empresa?
Com as crescentes transformações do mercado, as empresas passaram a exigir muito mais as habilidades comportamentais do que as técnicas num processo seletivo. Já tem até empresas que não solicitam diploma, como a Google.
O comportamento do indivíduo ganha importância no que diz respeito a comunicação pessoal e interpessoal, portanto, saber trabalhar com pessoas (inclusive diante da diversidade), perceber seus pontos fortes e de melhoria, e trazer soluções criativas a problemas complexos são o ponto de virada numa carreira.
Como o RH e a Liderança podem ajudar a desenvolver as soft skills e hard skills dos seus colaboradores?
O RH em parceria com o T&D e a liderança, podem desenvolver ações de capacitação, para mapear, capacitar e assim ampliar as oportunidades do colaborador junto à empresa.
Importante deixar claro que o próprio indivíduo é responsável pela sua carreira, estabelecendo metas e buscando autoconhecimento. Aliás, você já ouviu falar em LifeLong Learning? Este termo significa que o aprendizado não tem data para acabar, que devemos adotar uma postura de eternos aprendizes. Então, fica a dica!
Mas ainda assim, empresas têm investido em capacitações, por exemplo, com universidade corporativa para aprendizagem contínua como ferramenta estratégica de negócio, avaliação de desempenho para gerir a produtividade e alinhar expectativas, e PDI – Plano de Desenvolvimento Individual com ações sistematizadas para a conquista do seu objetivo. Todas estas alternativas servem para melhoria dos resultados da organização, desenvolvimento humano e medição de performance.
Mas, pensando em capacitações de competências técnicas que significa desenvolver habilidades do colaborador com as ferramentas e procedimentos, para aumento de eficiência e eficácia, citaremos alguns exemplos de áreas que pode haver treinamento (Madruga, p.41, 2018):
- Procedimentos;
- Produtos e serviços;
- Sistemas de atendimento;
- Processos de fabricação;
- Regras da empresa;
- Processos e fluxogramas;
- Normas e rotinas;
- Ferramentas da qualidade;
- Gráficos e tabelas;
- Cadastramento de informações.
Ao realizar estas ações, é possível que o colaborador até produza mais gastando menos tempo e ampliando suas oportunidades. É importante pensar principalmente nas novas tecnologias.
Quanto às competências comportamentais que auxiliam o ser humano a identificar as emoções de maneira consciente, é importante desenvolvê-las para aumentar a sua satisfação, trazer segurança e além do senso de pertencimento.
A seguir, alguns exemplos de desenvolvimento em competências comportamentais (Madruga, p.43, 2018):
- Autoconfiança;
- Resolução de problemas;
- Empatia;
- Inteligência emocional;
- Trabalho colaborativo;
- Iniciativa;
- Automotivação;
- Espírito de equipe;
- Valorização das diferenças;
- Resistência à frustração;
- Controle de estresse;
- Despertar da criatividade.
Qual a importância desenvolver as habilidades da sua equipe?
Uma equipe com as habilidades desenvolvidas é capaz de identificar problemas, atender e superar as expectativas dos clientes.
O principal é o aumento da produtividade no gerenciamento eficaz do tempo. Seguido de fortalecimento da cultura organizacional para enfrentar os desafios. E a redução da rotatividade da equipe por conhecer as habilidades e reter talentos.
Estas iniciativas devem ser combinadas com suporte de tecnologias, plataformas e ferramentas.
Como funciona, na prática, o desenvolvimento de habilidades nas empresas?
Esta iniciativa deve ser constante e fazer parte da rotina da empresa através do RH.
- Primeiro comece mapeando a situação atual da empresa traçando uma estratégia de desenvolvimento definindo o estágio de cada pessoa com uma avaliação de desempenho para identificar gaps;
- Desenvolva planos de ação para a integração e formação;
- Execute o programa de desenvolvimento definindo metas e prazos;
- Fortaleça a cultura de feedbacks com paciência e empatia, lembrado que cada pessoa tem seu tempo para se desenvolver; e
- Avalie resultados para saber se houve efetividade nas ações planejadas e executadas.
Exemplos de iniciativas em empresas
- Universidade Petrobras: a Petrobras tinha a difícil missão de encontrar colaboradores qualificados em exploração e produção de petróleo e gás natural. Para contornar a situação, criou a Universidade Corporativa, onde forma profissionais antes de executar a função.
- Académie Accor: a Universidade Corporativa da Accor adota o lifelong learning, o aprendizado como um processo contínuo enquanto o colaborador estiver na empresa.
- McDonald’s: a Universidade do Hambúrguer oferece cursos voltados para liderança, negócios, inovação, e muito mais.
- Universidade Ambev: está estruturada em três eixos: liderança e cultura, funcional e método, e cada um desses eixos conta com uma sequência própria de aprendizado.
Conclusão
Identificar e aprimorar habilidades é fundamental para o mercado, empresas e colaboradores que precisam constantemente se manter atualizados e se adequar a novos processos no dia a dia.
Aprendemos que as soft skills são atributos pessoais, que abrangem o âmbito emocional e mental, já as hard skills são as capacidades técnicas aprendidas por meio de experiências em cursos, livros e treinamentos.
Então, a máxima ainda existe de que as hard skills podem até te abrir portas, mas serão as soft skills que farão com estas permaneçam abertas.
Referências
- Madruga, Roberto. Treinamento e desenvolvimento com foco em educação corporativa. – 1 .ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018.