Trabalhar com gestão de pessoas e não praticar a cultura do feedback é praticamente uma missão impossível. A troca de informações e a comunicação sincera entre membros de uma equipe é fundamental para que os objetivos traçados sejam atingidos com sucesso.
Por isso no artigo de hoje vamos falar sobre um modelo de feedback bastante comum nas empresas e que a gente aqui na Mobiliza também pratica e recomenda. Estou falando do modelo 1:1, também escrito como one-on-one.
Vamos lá?
Conteúdo
O que é 1:1
One-on-One (um a um, em inglês) é um modelo de feedback entre líder e liderado. Basicamente um bate-papo periódico para colocar “os pingos nos is” do dia a dia de trabalho, encontrar soluções para possíveis problemas e alinhar expectativas.
Cada empresa adapta o formato para sua realidade e necessidade, então pode ser um encontro de 15 minutos semanal, ou um encontro de 30 minutos a cada 15 dias, por exemplo. O importante é que o tempo seja utilizado para uma conversa sincera entre as duas partes, e que seja focado, com informações claras e objetivas, e sempre individual.
Se formos analisar esse tipo de conversa existe há muito tempo nas organizações, de forma informal. Sabe aquela conversa de corredor para resolver um ponto específico da rotina de trabalho? Ou aquele encontro no café que foi aproveitado para discutir algo pontual? A diferença é que hoje esses momentos “cara a cara” (um termo também utilizado para a “one-on-one”) se tornaram uma ferramenta poderosa na cultura organizacional.
Por que aplicar o modelo de 1:1?
Comunicação é a chave de sucesso para qualquer tipo de relação, e isso não exclui as relações profissionais. Então falar e ouvir claramente é fundamental para que líder e liderado trabalhem bem juntos, se desenvolvam, e gerem ainda mais resultados para a empresa.
Também é importante ressaltar que as pessoas gostam de ser ouvidas, elas se sentem importantes ao saber que suas opiniões estão sendo levadas em consideração, e a 1:1 tem essa função dentro das organizações.
Abaixo listamos alguns benefícios do modelo:
Aproximação entre líderes e liderados
As conversas one-on-one são ótimos momentos para construir uma relação de confiança entre ambas as partes. É um momento para falar, mas também para ser ouvido, sem julgamentos, colocando líder e liderado em uma posição de igual para igual, o que contribui para estreitar a relação, aumentando o respeito e a harmonia na equipe.
Resolução de problemas
Como falamos no começo do artigo, é um encontro para colocar os “pingos nos is”, então o objetivo é sair das reuniões com os problemas resolvidos ou, pelo menos, encaminhados.
Desenvolvimento de pessoas
Além de falar de processos, projetos que estão sendo desenvolvidos, ideias e possíveis problemas do dia a dia de trabalho, o encontro também deve levar a carreira do liderado em consideração. Converse com o colaborador sobre suas ambições e ajude-o a se desenvolver e a ter mais oportunidades. Se a empresa possui um plano de carreira, é o momento ideal para vocês analisarem juntos os objetivos dele nesse percurso e colocar em prática planos de ação de desenvolvimento.
Modelo 1:1 na prática: Como funciona?
Como falamos ali em cima, o formato vai variar de acordo com as necessidades de cada equipe ou empresa. Mas tem alguns pontos que precisam estar presentes para que o modelo funcione e traga todos aqueles benefícios que listamos.
- Periodicidade: Se você determinou que será semanal, cumpra o combinado. Lembre-se que você pode ter uma equipe com 2 ou 10 pessoas, então planeje bem a sua agenda para que as 1:1 com cada membro da equipe possam acontecer na periodicidade determinada. O ideal é que não passe de 30 minutos. Se a necessidade de tempo for superior, então talvez a solução não seja uma 1:1 e sim outro modelo de reunião.
- Pauta: Defina os pontos que você quer abordar na reunião e peça para que o liderado também leve seus pontos. Entre as possibilidades de pautas podem estar: performance, desenvolvimento de carreira, feedbacks positivos e de pontos de melhoria, vida pessoal.
- Registro: o encontro precisa ser claro para ambas as partes. O registro do que foi conversado ajuda nesse processo de lembrar mais tarde as pautas debatidas e os acordos firmados.
- Ouvidos atentos: Dê a oportunidade para o colaborador falar! Como líder, aproveite esses encontros para dar voz à sua equipe, assim eles se sentirão mais seguros e confiantes para sempre trazer o que pensam a você. Busque entender como ele se sente em relação à empresa e a área. Colha percepções sobre rotinas, outras áreas da empresa e sobre a gestão e a relação entre os colegas de trabalho. Veja quais são as dificuldades enfrentadas por ele no dia a dia e se coloque como apoio para ajudá-lo.
- Planos de ação: Se a reunião tem 30 minutos, use os primeiros 5 para alinhar as pautas, 10 minutos para cada um trazer os pontos alinhados, e os últimos 5 minutos para determinar os planos de ação que serão executados a partir do que foi falado na reunião. Não basta apenas ouvir o colaborador, você precisa fazer algo com a informação.
- Local apropriado: defina um local confortável para que vocês se sintam à vontade para falar. Pode ser uma sala de reuniões isolada, mas também pode ser um café ou um restaurante. O momento precisa ser agradável para ambas as partes.
E se o colaborador não quiser falar?
Não podemos negar que isso pode acontecer, principalmente quando líder e liderado estão juntos há pouco tempo e ainda não estabeleceram uma relação de confiança. Então comece a reunião falando de forma descontraída, perguntando sobre a vida, sobre o jogo de futebol que aconteceu ontem ou sobre o filme que você sabe que ele assistiu, e aos pouco vá trazendo questões mais pontuais em relação ao dia a dia de trabalho, como:
- O que você sente sobre o trabalho que você está fazendo?
- Das suas atividades, quais você gosta mais de fazer e quais gosta menos?
- Você mudaria alguma coisa na equipe hoje? E na empresa?
- Existe algo no seu trabalho que você gostaria de melhorar?
- Existe algo que você não faz hoje e que você gostaria de fazer?
- Há alguma coisa impedindo que você execute o seu trabalho como gostaria?
- Falta alguma ferramenta de trabalho que você considere indispensável para a sua rotina?
- Tem alguma área específica na empresa que você gostaria de interagir mais?
- Como eu poderia te ajudar mais no dia a dia?
- Quais regras que têm hoje na empresa que você acha que poderíamos quebrar?
- O que você considera que seja a nossa maior falha como equipe? E como empresa?
Enfim, as perguntas são infinitas! Analise e inclua aquelas que façam sentido para seus objetivos como líder e como empresa.
Tem alguma aqui que você utiliza hoje e traz bastante resultados pra você? Compartilhe com a gente nos comentários. Vamos juntos nos desenvolver e ajudar nossos times a serem cada vez melhores, seja como indivíduos ou como empresa.
as novas formas de iniciar uma conversa, onde uma das partes não esta se sentindo à-vontade, sempre busca saber como esta a situação,, busca novas formas de inovaçao.
otimas ideias para proporcionar melhorias.
Obrigada pelo feedback, Silvestre! 🙂