No ambiente corporativo, a questão de como escolher o formato de curso de acordo com o conteúdo é algo que sempre vai existir no universo do Designer Instrucional. E é uma questão que precisa ser discutida, pois inovação faz parte do dia a dia do DI.
Neste artigo eu não vou dar uma receita de bolo para cada formato, porque não existe caminho certo. Por isso, vou pincelar os caminhos recomendados para os principais formatos encontrados no e-Learning corporativo e dar algumas dicas para a escolha de formato se tornar mais fácil. Vamos lá?
Começando do começo
Não é só o conteúdo do curso que define o formato dele. Aqui é importante darmos um passo atrás da produção de conteúdo e voltar na fase planejamento. Levantar questionamentos como público e objetivo do conteúdo é essencial para definir o formato mais correto daquele treinamento.
Eu indico fortemente que você se aprofunde na etapa de planejamento para organizar de forma mais assertiva o seu conteúdo. Por isso, sugiro dois materiais para te auxiliar:
- Entenda como planejar treinamentos empresariais com esta metodologia prática – Este artigo vai te mostrar a metodologia que utilizamos aqui na Mobiliza para planejar os treinamentos dos nossos clientes.
- Como criar seu Plano de Curso e-Learning – Este template é um guia para você organizar todas as informações do seu projeto, facilitando muito a fase de planejamento. Também utilizado aqui na Mobiliza.
Qual modalidade é compatível com seu conteúdo
Você precisa definir agora qual modalidade utilizará para seu treinamento corporativo. Seria treinamento presencial, treinamento online ou blended learning? Apesar de ser um conhecimento básico para DIs, vale mencionar aqui que você deve identificar qual é o mais compatível com seu conteúdo. Utilize a guideline abaixo:
No caso do artigo de hoje, vamos focar em treinamento online. Dentro do universo de treinamento online devemos seguir ou para microlearning ou para macrolearning. É comum existir um pouco de confusão na hora de conceituar cada um, portanto para facilitar, trouxe o quadro abaixo!
Fonte: joshbersin.com
Dessa forma fica mais fácil, né? Se ainda surgir dúvidas, coloca aqui nos comentários!
Hora de definir o formato do seu conteúdo
Chegamos na parte tão esperada, a definição do formato. Eu puxei os principais formatos utilizados e vou passar por cada um com dicas de como ele pode se encaixar melhor no conteúdo que você tem, tudo bem? PS.: Não são os únicos formatos existentes, mas são os principais utilizados no mercado atualmente.
#1 – e-Learning interativo
Este é um dos modelos mais tradicionais do EaD, por isso vamos começar por ele.
É possível transformar praticamente qualquer conteúdo em e-Learning interativo.
Este formato proporciona uma experiência autoinstrucional. Por isso, você pode utilizá-lo para guiar o aluno com recursos, botões, avaliações e interatividade. É uma boa opção para quem está começando a trabalhar com treinamento online. Você consegue resultados mais rápidos por serem mais fáceis de fazer.
#2 – Gamificação
Muita gente conhece gamificação pelos “jogos/games” em si, não é mesmo? Mas em treinamento corporativo, esse formato difere um pouco dos jogos que conhecemos de fato.
Este formato nada mais é que o e-Learning interativo com elementos de gamificação. Estes elementos seriam emblemas, badges, pontos, ranking… Tudo que você insere no curso para criar um ambiente de competição saudável. E também para criar um engajamento maior já que o colaborador se sente mais envolvido/motivado no curso.
Bastante indicado para conteúdos mais “secos”, mais “massantes”, pois você consegue torná-los mais desafiadores e interessantes.
#3 – Vídeo (assíncrono)
Este é um formato em alta e fácil de fazer hoje em dia. Só precisamos tomar alguns cuidados como a duração que esse vídeo vai ter.
Por exemplo, não é recomendado fazer vídeos com 1h ou 30min de duração. Se você tem um conteúdo de 2h, não faça um vídeo de 2h. Divida-o em tópicos, desta forma seu público fica mais motivado com conteúdos que possam ser consumidos de forma mais rápida.
#4 – Storytelling
Este pode ser tanto um formato quanto um recurso utilizado em treinamentos. Vai variar muito do caminho que você deseja seguir.
Como formato você pode basear todo seu curso com base em uma história. Uma boa história tem que ter começo, meio e fim. Ótimo formato para criar sensibilização no público, identificação do público com a história dos personagens e afins.
#5 – Mobile Learning
Este nada mais é que o consumo de conteúdo no celular.
É uma grande tendência do universo de treinamento online. Deve ser utilizado com cautela e apenas em conteúdos de consumo rápido e prático. Seu conteúdo mobile learning precisa ser curto para não criar frustração ou desmotivação para quem está consumindo.
Considere, na hora de criar, as configurações que seu público precisa ter no celular para acessar o seu conteúdo (como dados móveis, espaço e memória no celular). Chamamos mobile learning também de consumo “on the go”.
#6 – Rapid Learning
Assim como o e-Learning interativo, o rapid learning também pode ser uma opção para quem está começando a trabalhar com treinamento online. Da mesma forma, o rapid learning também traz resultados mais rápido por ser mais simples de fazer.
O que define um rapid learning é o tempo de consumo. Então por exemplo, você consegue fazer um e-Learning interativo como rapid learning, com um curso de 10 minutos de duração. É um formato interessante para capacitar assuntos bem pontuais!
Podemos utilizar o exemplo da área comercial que precisa de um conteúdo rápido sobre um novo produto. Você consegue disponibilizar um e-Learning interativo de 10 minutos ou até um PDF que o vendedor pode usar como guia e que tem duração de leitura de 5 minutos.
#7 – Serious games
Este sim é um jogo de verdade, diferente da gamificação que vimos anteriormente.
Este é um jogo sério, com propósitos reais. Pouco voltado ao entretenimento. É interessante utilizá-lo quando você precisa sensibilizar as pessoas de algum problema e esse problema pode ser muito técnico ou massante. É uma forma leve de tornar o técnico mais prático.
#8 – Webinar
Formato também em alta e bastante utilizado! É um momento de troca de conteúdos entre pessoas. Interessante pelo cenário de conversa que cria. Aproveite as possibilidades de abrir um espaço para perguntas e respostas para trazer a interação do público na experiência do webinar.
#9 – Tomada de decisão
Este é um formato que utiliza storytelling como recurso.
Um exemplo conhecido são estudos de caso, que apresentam alguém em uma situação “X” e com “Y” possíveis escolhas. Ao selecionar as escolhas, você recebe feedback se o caminho que você seguiu foi correto ou não. Bastante indicado para treinar atendimento ao público, princípios éticos, vendas e etc.
#10 – Podcast
Este também chamamos de consumo “on the go”, como o mobile learning. Também popular e é um formato que precisa ser curto e direcionado. Lembre-se que aqui não temos apoio visual o que facilita muito a distração do conteúdo que está sendo ouvido. De qualquer forma, é simples de produzir e de disponibilizar para seus colaboradores.
Conclusão
Conheça seu público para produzir conteúdos com mais assertividade. Considere a infra que seu público tem para acessar seus conteúdos online. Não esqueça de ser realista com investimento de tempo e dinheiro que você pode dedicar para criar estes conteúdos.
Aprendizagem não é um evento único, portanto se você planejou e produziu, seu projeto encontra-se exatamente na metade. Seus próximos passos devem ser aplicar e acompanhar a experiência dos seus colaboradores e analisar os resultados ao término de cada projeto de treinamento. Desta forma você consegue oferecer uma experiência com conteúdo assertivo e de qualidade, e ainda coleta insights para próximos projetos e levanta resultados para sua empresa.
Você tem curiosidade de algum formato que não foi mencionado nesse artigo? Comenta aqui embaixo 🙂
Achei excelente a sua explicação, Barbara! Vou compartilhar com o meu time. Parabéns!!